04 julho, 2010

Histórias de Uma Não Vida

3 – A Primeira Vítima

Já em casa, Miguel começou a me falar de como um vampiro deve se comportar para não levantar suspeitas, tudo era muito novo para mim, mas algumas coisas eu sabia, afinal eu gostava de tudo relacionado com o sobrenatural, eu não sabia que lobisomens, vampiros e magos, existiam nos dias atuais, mas assim como os humanos, eles se adaptaram aos novos tempos, afinal de contas, todos têm pelo menos um traço de humanidade que sempre se adapta a mudanças, pelo menos é o que eu acho.
- Estou me sentido estranho...
– Estranho como? Perguntou Miguel, sem estar surpreso.
- Eu estou com... Sede! Muita sede! Miguel o que eu faço?
– Alimente-se ora bolas!
– Alimentar? Como assim? – Tenho que “Caçar”?
– Bom, se você não quiser ficar assim, eu acho que sim, vá logo! E experimente, sinta a sensação de sugar a “vida” de uma pessoa! É uma sensação maravilhosa!
– Como pode dizer isso? Eu não vou conseguir!
– Você tem que tentar, ou então vai ser muito desagradável para você,
- O que quer dizer?
– Vá agora! Não me dirija à palavra até voltar da sua “Caçada”, hahahaha!
Eu nunca havia sentido tanta agonia na minha vida, então eu sai da casa, a rua estava deserta, a sede falou mais alto, então sai como um louco a procura de alguma pessoa, ou qualquer coisa que tivesse, sangue, não demorou muito, para achar um homem sozinho sentado num banco, então, e eu olhei para os lados, só havia ele ali, já não suportava mais, quando dei por mim, eu já estava com meus caninos enterrados no seu pescoço, comecei a sugar seu sangue, era tão quente!
Cheio de vida!
Nunca tinha sentido tanto prazer na minha vida, era incrível!
Eu estava ótimo novamente!
Era como se eu tivesse “renascido”.
– Bom muito bom! Era a voz de Miguel atrás de mim.
- Não achei que se sairia bem logo na primeira vez, e então, o que achou?
– É incrível! Nunca senti nada parecido na vida!
– É uma sensação boa não é?
– É sim, mas e agora? O que eu faço com o corpo?
– É melhor sumir com ele.
- Mas como?
– É melhor agir logo, e então ele desapareceu novamente.
- Miguel! Onde está? Droga, e agora o que eu faço?
Eu estava aflito, não sabia o que fazer com o corpo daquele homem, e comecei a ouvir passos em minha direção, fiquei desesperado.
- E agora? Vamos, pense, pense!
Então me ocorreu uma idéia, comecei a gritar por socorro, então chegaram algumas pessoas que saíram de suas casas apreensivos eles me perguntavam.
- Ei o que aconteceu?
– Eu encontrei esse homem caído no chão, por favor, me ajudem!
– Como ele está?
– Sinta o pulso dele!
Então eu o coloquei no chão e fingi que estava procurando por algum sinal de vida, vida essa que agora fazia parte do meu ser.
- E então? Sentiu alguma coisa? Um senhor me perguntou.
- Ele não está bem, vou chamar uma ambulância, no instante que ele deu as costas, eu comecei a correr, só deu tempo de ouvir:
– Ele está morto!

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